domingo, 24 de outubro de 2010

Memórias

As melhores são as que surgem de repente e nos fazem sorrir; estas são também as que mais depressa desaparecem.
A decisão de criar este blog surge da vontade, sempre adiada, de escrever aquilo de que me vou lembrando e aquilo que me vai acontecendo; não porque as minhas memórias sejam importantes para outros ou mereçam ser lidas, mas porque são muito importantes para mim.
A melhor coisa que podemos ter na vida são boas recordações e nós, que as temos, devemos dar graças a Deus todos os dias por isso; há quem não tenha essa sorte!
E as boas recordações são o combustivel para os dias difíceis, para os momentos menos bons e mesmo para os muito maus, que também os há
São 4 da tarde de um Domingo chuvoso de Outubro; cheira a terra e madeira húmida e está tudo com tons de cinzento.
Estou sentada ao computador a ouvir o Rádio Clube Português (que recomendo) e, de repente, começam a dar a música do José Cid "No dia em que o rei fez anos ..." (não sei se este é o nome, mas é assim que a conheço).
Subitamente, aparece-me uma imagem que, de tão agradável, me aquece a alma: estou em Cete, com a Beji e o Miguel, no quarto onde dormiamos e brincávamos (no corredor de cima era uma porta que ficava a meio) a ouvir o single num gira-discos pequeno que eles tinham e a cantar.
Era Verão, de manhã, estava sol e calor lá fora, e este entrava pela janela; a luz era quebrada por uma árvore (um cedro?) grande que existia em baixo, em frente à sala de estar (onde um dia fiquei de castigo, sentada numa cadeira, porque chamei "burra" à Bu).
O calor, a despreocupação, que era tão boa nessa idade e da qual sobra a recordação, a felicidade ... naquele Verão ... tantas recordações. 

Sem comentários:

Enviar um comentário